Sejam bem vindos

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FELIZ DIA PARA VOCÊ

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A negação de Pedro


-Aproxima-se a hora do meu derradeiro testemunho!
Sei, por antecipação, que todos vós estareis dispersados nesse instante supremo. É natural, porquanto ainda não estais preparados senão par aprender. Antes, porém, que eu parta, quero deixar-vos um novo mandamento, o de amar-vos uns aos outros como eu vos tenho amado; que sejais conhecidos como meus discípulos, não pela superioridade no mundo, pela demonstração de poderes espirituais, ou pelas vestes que envergueis na vida, mas pela revelação do amor com que vos amo, pela humildade que deverá ornar as vossas almas, pela boa disposição no sacrifício próprio.
Vendo que Jesus repetia uma vez mais aquelas recomendações de despedida, Pedro, dando expansão ao seu temperamento irrequieto, adiantou-se, indagando:
-Afinal, senhor, para onde vais?
O Mestrre lhe lançou um olhar sereno, fazendo-lhe sentir o interesse que lhe causava a sua curiosidade e redarguiu:
-Ainda não te encontras preparado para seguir-me.
O testemunho é de sacrifício e de extrema abnegação e somente mais tarde entrarás na posse da fortaleza indispensável.
Simão, no entanto, desejando provar por palavras aos companheiros o valor da sua dedicação, acrescentou, com certa ênfase, ao propósito de se impor à confiança do Messias:
-Não posso seguir-vos? acaso, Mestre, podereis duvidar de minha coragem? então, não sou um homem?
Por vós darei a minha própria vida.
O Cristo sorriu e ponderou:-Pedro, a tua inquietação se faz credora de novos ensinamentos. A experiência te ensinará melhores conclusões, porque, em verdade, te afirmo que esta noite o galo não cntará sem que me tenhas negado por três vezes.
-Julgais-me, então, um espírito mau e endurecido a esse ponto? - indagou o pescador, sentindo-se ofendido.
-Não, Pedro - adiantou o Mestre, com doçura- não te suponho ingrato ou indiferente aos meus ensinos.
Mas vais aprender, ainda hoje, que o homem do mundo é mais frágil do que perverso.

Trecho do livro Boa Nova-Francisco Cândido Xavier

sábado, 9 de abril de 2011

A oração do horto II



O crespúsculo começava a cair sobre o céu claro. Apesar do sol radioso da tarde a iluminar a paisagem, soprava o vento em rajadas muito frias.
Daí a alguns instantes, o Mestre e os três companheiros alcançavam o monte povoado de árvores frondosas que convidavam ao pensamento comtemplativo.
acomodando os discípulos em bancos naturais que as ervas do caminho se incumbiam de adornar, falou-lhes o Mestre, em tom sereno e resoluto:



- Esta é a minha derradeira hora convosco! Orai e vigiai comigo, para que eu tenha a glorificação de Deus no supremo testemunho!
Assim dizendo, afastou-se, a pequena distância, onde permaneceu em prece, cuja sublimidade os apóstolos não podiam observar. Pedro, João e Tiago estavam profundamente tocados pelo que viam e ouviam.



Nunca o Mestre lhes parecera tão solene, tão convicto, como naquele instante de penosas recomendações. Rompendo o silêncio que se fizera, João ponderou:
-Oremos e vigiemos, de acordo com a recomendação do Mestre, pois, se ele aqui nos trouxe, apenas nós três, em sua companhia, isso deve significar para o nosso espírito a grandeza da sua confiança em nosso auxílio.
Puseram-se a meditar silenciosamente. Entretanto, sem que lograssem explicar o motivo, adormeceram no decurso da oração.
Passados alguns minutos, acordavam, ouvindo o Mestre que lhes observava:
- despertai! Não vos recomendei que vigiásseis? Não podereis velar comigo, um minuto?
João e os companheiros esfregaram os olhos, recolhecendo a própria falta. Então,


Jesus, cujo olhar parecia iluminado por estranho fulgor, lhes contou que fora visitado por um anjo de Deus, que o confortara para o martírio supremo.
Mais uma vez, Jesus pediu que orassem com o coração e se afastou.
contudo, os discípulos, insensivelmente, cedendo aos imperatrivos do corpo e olvidando as necessidades do espírito, de novo adormeceram em meio da meditação. despertaram com o Mestre a lhes repetir:
-Não conseguistes, então, orar comigo?



A paisagem desolada de Jerusalém mergulhava na sombra.
Antes, porém, que pudessem justificar de novo a sua falta, um grupo de soldados e populares aproximou-se, vindo Judas à frente.
O filho de Iscariotes avançou e depôs na fronte do Mestre o beijo combinado, ao passo que Jesus sem denotar nenhuma fraqueza e deixando a lição de sua coragem e de seu afeto aos companheiros, perguntou:
- Amigo, a que vieste?
Sua interrogação, todavia, não recebeu qualquer resposta. Os mensageiros dos sacerdotes prenderam-no e lhe manietaram as mãos, como se o fizessem a um salteador vulgar.

Do livro Boa Nova/Francisco Cândido Xavier






Essa passagem me faz refletir o quanto precisamos, às vezes,nos esforçar para fazer uma oração bem feita, sem nos perdermos nas palavras do Pai Nosso;muitas vezes o sono, o cansaço, faz com que nos deitemos sem orarmos.
Para mim, fica o quanto preciso me esforçar para sempre lembrar de Deus e Jesus agradecendo o dia e a noite e vigiar com Jesus os meus pensamentos
Mas, se Jesus, pediu-nos para orarmos e vigiarmos com Ele precisamos nos esforçar, pois, a nossa estadia na Terra requer muita vigilância e oração para vencermos as nossas dificuldades materiais e morais.





quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Oração do Horto

Depois do ato de humildade extrema, de lavar os pés de todos os discípulos, Jesus retomou o lugar que ocupava à mesa do banquete singelo e, antes de se retirarem, elevou os olhos ao céu e orou assim, ferverosamente, conforme relata o Evangelho de João:
_Pai Santo, eis que é chegada a minha hora! Acolhei-me em teu amor, eleva o teu filho, para que ele possa elevar-te, entre os homens, no sacrifício supremo. Glorifiquei-te na Terra, testemunhei tua magnanimidade e sabedoria e consumo agora a obra que me confiaste. Neste instante, pois, meu Pai, ampara-me com a luz que me deste, muito antes que este mundo existisse!...
E fixando o olhar amoroso sobre a comunidade dos discípulos, que, silenciosos, lhe acompanhavam a rogativa, continuou:
- Manifestei o teu nome aos amigos que me deste; eram teus e tu mos confiaste, para que recebessem a tua palavra de sabedoria e de amor. Todos eles sabem agora que tudo quanto lhes dei provém de ti! Neste instante supremo, Pai, não rogo pelo mundo, que é obra tua e cuja perfeição se verificará algum dia, porque está nos teus desígnios insondáveis; mas, peço-te particularmente por eles, pelos que me confiaste, tendo em vista o esforço a que os obrigará o Evangelho, que ficará no mundo sobre os seus ombros generosos. Eu já não sou da Terra; mas rogo-te que os meus discípulos amados sejam unidos uns aos outros, como eu sou contigo! Dei-lhes a tua palavra para o trabalho santo da redenção das criaturas; que, pois, eles compreendam que, nessa tarefa grandiosa, o maior testemunho é o do nosso próprio sacrifício pela tua causa, compreendendo que estão neste mundo, sem pertencerem às suas ilusórias convenções, por pertencerem só a ti, de cujo amor viemos todos para regressar à tua magnanimidade e sabedoria, quando houvermos edificado o bom trabalho e vencido na luta proveitosa. Que os meus discípulos, Pai, não façam da minha presença pessoal o motivo de sua alegria imediata; que me sintam sinceramente em suas aspirações, a fim de experimentarem o meu júbilo completo em si mesmos. Junto deles, outros trabalhadores do Evangelho despertarão para a tua verdade. O futuro estará cheio desses operários dignos do salário celeste. Será, de algum modo, a posteridade do Evangelho do Reino que se perpetuará na Terra, para glorificar a tua revelação!
Protege-os a todos Pai!
Que todos recebam a tua benção, abrindo seus corações às claridades renovadoras!
Pai justo, o mundo ainda não te conheceu; eu, porém, te conhecí e lhes fiz conhecer o teu nome e a tua bondade infinita, para que o amor com que me tens amado esteja neles e eu neles esteja!...


Terminada a oração, Jesus retirou-se em companhia de Simão Pedro e dos dois filhos de Zebedeu para o Monte das Oliveiras, onde costumava meditar.


Trecho do livro Boa Nova/Francisco Cândido Xavier